sexta-feira, 24 de julho de 2009

Desista da frustração.

Quando nos pegarmos dizendo:"fiz tudo que podia e não deu certo" mais de três vezes sobre uma mesma questão, está na hora de desistir: desconectar-se de sua fonte de frustração.

Desistimos de alguém ou de alguma situação quando tomamos a decisão de não querer mais sermos tocados por ela. Porém, não basta não querer mais.É preciso ir além e não precisar mais ouvir nem mesmo falar sobre algo ou alguém que nos levou a sentir que nossas atitudes são inúteis.

Desistir da frustração não é uma atitude displicente, na qual aparentemente demonstramos fazer pouco caso de algo, mas, por dentro, continuamos a acumular ressentimento. Desistir da frustração é uma escolha que surge do amadurecimento de ter observado e refletido sobre como nos envolvemos continuamente em situações que não queremos mais vivenciar.

Se escutarmos nossos ressentimentos, eles revelarão nossas falsas esperanças: como aguardamos por justiça e reconhecimento de pessoas que continuam a nos prejudicar.

Esperar por reforços positivos, como elogios e agradecimentos daqueles que nos frustram, é uma armadilha que nos faz ficar cada vez mais presos a frustração. Desista dela: dê a si mesmo uma nova chance, uma nova vida. Enquanto carregarmos a pesada carga emocional de nossas frustrações, teremos uma vida insatisfatória.

O segredo está em relacionar-se como o real: estreitar nossos relacionamentos com as pessoas que cumprem o que dizem e afastar-se daquelas que empacam nosso tempo, ou seja, é melhor sermos mais seletivos em nossos relacionamentos: devemos buscar estar com pessoas que sempre encontram um jeito de nos por pra cima, porque têm prazer em nos ver subir. Pois elas vêem na competição uma perda de tempo e acreditam que privilegiar o outro é a melhor poupança para enriquecer sua participação nesse mundo.

Claro que aprendemos a nos defender é necessario, mas também precisamos saber criar vínculos baseados no companheirismo, onde cada um doa a sua energia para o outro, porque sabe que vale a pena somar forças.

Portanto, precisamos mudar o foco: párar de atacar e aprender a fazer junto.Para tanto, basta perceber que já desenvolvemos nossa força:não precisamos mais de situações ou de pessoas que nos desafiem para lembrarmos do quanto somos capazes de suportar.

Só desistiremos do hábito de gerar desafios para mobilizar nossa força interior quando passarmos a usa-la com maior clareza de intenção, isto é, quando decidirmos não mais cultivar parcerias baseadas na dependência e no medo.

Neste sentido, devemos discernir a diferença entre os desafios que estimulam nosso desenvolvimento e aqueles que nos vulnerabilizam e nos tornam cada vez mais defensivos, carentes e frágeis.

Desistimos da frustração quando finalmente concluimos que nosso compromisso com a vida significa sermos capazes de eliminar totalmente aquilo que gera negatividade.


Trecho do livro Mania de Sofrer

autora: Bel Cesar.


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